terça-feira, 28 de agosto de 2012

Pois é, o tempo passou. Quase um ano. Um tremendo silêncio. Não pensei que fosse tudo isso. É, mas foi. Há muita coisa a se escrever, mas a vontade nem sempre colabora. Escrever por escrever é um ato mecânico. A motivação momentânea é toda essa maluca situação do país. Vivemos a realidade das maracutaias, dos crimes do colarinho branco, o julgamento dos corruptos, que perderam a vergonha de mostrar a cara, do governo passado. Só um tolo para acreditar que tanta gente quer abraçar a carreira política por amor ao próximo. Eles querem mesmo é engordar suas carteiras, estar junto ao poder que,dizem, emana do povo para o povo. Povo. Até parece que falo de um ser mitológico. O que, afinal, essa coisa designada pelos conceitos filosóficos e sociológicos de povo?

Eu ficaria aqui a dissertar sobre conceitos e os achismos que me incomodam. Mas não vou fazer isso. Hoje, exatamente, eu prefiro apenas aguardar essa frente fria que está chegando, e que fez as temperaturas despencarem. Ouço o Ringo Starr cantando La De Da, do CD Vertical Man. Em Brasília o julgamento continua. No Rio, todos se preparam para receber os festejos doidos da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Parece mesmo que o Brasil está sentado em cima do cofre. Ledo engano!

Acho que vou dar um tempinho, agora. Pensei na frase do curioso, bajulado e "consagrado" Nelson Rodrigues, que disse (disse?) que a pior solidão é a companhia de um paulista. Com certeza ele era ou irônico, bairrista ou apenas gostava de ser um provocador. Consagrado com aspas? É que na hora eu fiquei puto com o NR. É muito fácil meter bronca em paulista. Somos a causa primária de tudo de ruim que acontece? A raiva, a ciumeira, a bronca é que chegamos ao ponto em que estamos. Com problemas. Com criminalidade em alta. Com violência. Mas a bandidagem também come solta pelo resto do país. A questão é que ninguém, do Legislativo, parece sensibilizado com a atual situação. E olha que morre gente feito mosca. Todos os dias ouvimos coisas horripilantes a respeito. E ai vem o EMA (Estatuto do Menor e Adolescente) por a sua mão protetora nesses menores que andam por aí, armados, praticando crimes, protegidos pelo fato de serem menores.

Não tem nada de errado. Errado é ter inteligência para entender um anacronismo desses. Menor não pode dirigir antes dos 16 anos. Não pode votar antes dos 16 anos. Não pode trabalhar antes dos 16 anos. Mas menor pode matar, furtar, trucidar, estuprar, pintar e bordar com menos de 16 anos. Fundação Casa (ex-FEBEM) é o MBA da criminalidade. O cara entra bobo e sai esperto. Se sair. Mas se sair, imagine o que vem atrás dele. Ressentimento. Ódio. Raiva. Vingança. Um embrutecimento tão grande que "emputecer" é pouco para definir o que essa força destrutiva produzirá.

Tudo isso, claro, com o amém dos nossos legisladores.

Amém para nós. Que assim seja!