terça-feira, 4 de maio de 2010

As pessoas fazem tanta falta para nós como os dedos à mão. E ao olha ao redor nos damos conta de que o mundo não é feita para nós, ainda que vivamos nele. Nós é que 'fazemos' o mundo quando idealizamos. As ideias são apenas conceitos, sugestões, imagens que desejamos serem reais ainda que estejam no mundo meramente mental. E o mundo, assim como as ideias, é a extensão desse outro mundo que vive ligado umbilicalmente conosco.

Podem dizer o que for, a verdade é uma só: feliz é quem está bem consigo mesmo. A minha felicidade não é, exatamente, a sua, porque o que me faz feliz pode não ser o que faz você feliz. Portanto, a felicidade é algo que vem do subjetivo de cada um de nós. Não há uma felicidade padrão. Há, sim, a felicidade. E ela, como conceito, é um detalhe que se amolda à pessoa, tanto quanto a calça e a camisa, ou o sapato, quando se vai à loja para comprar um desses itens. A felicidade é um item. Um item, aliás, importante e pessoal. Ela é adaptável a cada um conforme a sua necessidade. Por isso é que nem todos são felizes pelos mesmos motivos; são felizes os que estão, absolutamente, em paz e em harmonia com eles próprios.

Instituições humanas são invenções que vieram a reboque com o homem, desde o início da Criação, em priscas eras, quando só se sabia que era preciso lutar para conseguir comida e se proteger contra o predador natural. O casamento, o noivado, a coroação, a formatura, o velório, as festas de quinze anos, tudo isso veio com a civilidade. E com ela veio também a tênue ideia de que tudo é passível de ser consumido e destruido. E se criou a guerra, baseada no conceito único de que há ganância, há ambição, há inveja, há ciúme, há ódio, há razões - ao menos no conceito puramente humano - para se destruir o outro. São, como disse, instituições humanas. Se Deus tem algo a ver com isso, não posso responder. Mal posso responder pelas minha cagadas...

Pedrinhas pelo caminho indicam fragmentações de terreno. Podem ser metáforas de dificuldades a serem superadas. Ou, apenas, o fato de que alguém deixou de fazer a lição de casa e não limpou o terreno. Contudo continuarão a ser pedrinhas, erosão após erosão. Assim como os homens são pedrinhas no Universo. Apenas umas pedrinhas que pensam.

Um conceito estúpido porém verdadeiro: amanhã, hoje será ontem. Imbecil, não? Mas verdadeiro. Ou seja, certas imbecilidades, por mais idiotas que possam parecer, são verdades - ou fatos comprovadamente reais e concretizáveis. Sim, amanhã, hoje será ontem.

Cansei de filosofar. Acho que vou apenas poetizar. Ou apenas respirar. Ou apenas pensar. Ou apenas ficar de olho. Assim é o sujeito à beira da praia vendo as meninas passar, nos seus biquinis sumários e sua alegria infantil. E o olhar do sujeito é apenas contemplativo. Se há cobiça, ele a sublima sentindo o calor do sol e a certeza de que ele, assim como elas, são parte dessa paisagem monumental que nos foi dada graciosamente. E que a volúpia humana vai, dia após dia, tentando destruir. Enfim, vou parar de filosofar. E deixar de sofrer por antecipação.

Aos meus amigos, um abraço e um sorriso. Aos meus inimigos, uma pergunta: digam, afinal, onde estão. Porque o pior inimigo é o que se diz amigo. E o verdadeiro amigo é aquele que é seu inimigo e se declara como tal, sem esconder nada.